quarta-feira, 7 de março de 2012

Origem da raça

Origem e História da raça ovina Ile-de-France
Na época, os ovinos da raça Merino Espanhol (pela sua elevada qualidade de produção de lã) despertavam um elevado interesse, o que fez com que em França, sob o reinado de Luís XVI e mais tarde no imperialismo de Napoleão I, fosse importada de Espanha essa raça, que aos poucos absorveram e simplesmente substituíram as populações ovinas locais.
Também a Luiz XVI se deve a formação experimental da raça Merino de Rambouillet, pela aquisição em 1784 dos domínios do Duque de Penthiévre (denominados Rambouillet), para onde foram levados 366 exemplares de Merino Espanhol, desenvolvendo-se consequentemente o trabalho de formação do Merino de Rambouillet, raça francesa de enorme importância no desenvolvimento dos merinos em todo o mundo e também aquela que substituiu, predominantemente os ovinos existentes na bacia parisiense no final do século XVIII e início do século XIX.
Entretanto, no inicio do século XIX, o aumento da concorrência no mercado de lã exercida pelos grandes rebanhos do Hemisfério Sul (Austrália, Argentina e África do Sul) leva a uma baixa significativa dos preços deste produto. Também, com a procura crescente de carne para consumo decorrente do desenvolvimento dos núcleos populacionais e paralelamente do poder de compra dos consumidores, surge a necessidade de encontrar um tipo de ovino de aptidão mista, fazendo assim com que os criadores, sem abandonar a produção lanífera, se dedicassem a melhorar a produção de animais de boa conformação para abate.
Surgiram assim nos meados do século XIX os merinos precoces, alguns desenvolvidos por selecção directa do Merino de Rambouillet e outros através de cruzamentos com raças inglesas após o levantamento do bloqueio continental estabelecido por Inglaterra no segundo período napoleónico.
A partir de 1816, diversos criadores cogitavam sobre a possibilidade de importar reprodutores ingleses das raças New Leicester ou Dishley. Realizadas as importações, foram efectuados cruzamentos entre estes animais e os merinos dos rebanhos da região de Ile-de-France (bacia parisiense), com o objectivo de associar as qualidades de conformação da raça Dishley às aptidões laníferas do Merino. Estes cruzamentos, já então dirigidos pelo Prof. Auguste Yvart, inspector geral das explorações de criação ovina do estado Francês e docente da Escola Nacional de Alfort, intensificaram-se a partir de 1832, dando origem a produtos de interessante conformação e com boa potencialidade em termos de precocidade e véu.
A primeira venda de ovinos cruzados e seleccionados numa exploração do estado próxima de Alfort (Charentonneau), efectuou-se sob o nome de raça de Alfort.
As operações de cruzamento e selecção realizadas neste rebanho continuaram em seguida no departamento de Pas-de-Calais (Montcavrel), com a introdução de sangue Merino-Mauchamp, de lã sedosa, para melhorar a qualidade lanífera.
A raça de Alfort participou já em 1843 da Exposição de Chicago, nos Estados Unidos da América.
Mais tarde, o efectivo em questão foi transferido para a Escola Nacional de Agricultura de Grignon, passando então a denominar-se como Merino-Dishley (até 1922).
Em 1875 foram apresentados com esta denominação no Concurso Geral de Agricultura de Paris.
No entanto, já em 1865 os animais resultantes deste cruzamento provenientes dos rebanhos do estado ou produzidos por privados, disseminaram-se num número crescente de explorações da Bacia Parisiense, adaptando-se tanto aos sistemas de maneio utilizados como aos objectivos de produção de lã e carne de seus proprietários.
A partir do inicio do século XX, os cruzamentos com as raças de origem praticamente  desaparecem e após esta data, com excepção de uma infusão momentânea por volta de 1920 de sangue Merino Contentin para branquear as mucosas dos animais, a selecção do Dishley-Merino efectuou-se sempre em raça pura.
Os criadores mais entusiastas, sob o impulso do Prof. Leroy, com o intuito de fixar e melhorar esta raça, fundam em Fevereiro de 1922 o Sindicato dos Criadores da Raça assim como o Flock-Book (Livro Geneológico). Mais tarde, modificam o nome para Sindicato de Criadores da Raça Ile-de-France, em virtude de o berço da raça se situar em torno da região de Paris a qual tem a mesma denominação.
Assim, constituído o Flock-Book da raça Ile-de-France definitivo, nos seus estatutos e regulamento foram estabelecidos os respectivos objectivos, bem como os meios para os alcançar. Ficou definido o standard da raça, as regras de inscrição no respectivo Livro Genealógico, o controlo de coberturas e nascimentos, tal como outras normas. Tudo isto  com um elevado grau de rigor.
Em 1933 sob a influência do Prof. Leroy, então Secretário do Flock-Book, iniciou-se o controle de performances zootécnicas, o que veio permitir iniciar a selecção e optimização dos factores produtivos da raça. Em 1968, adoptou a associação um esquema colectivo de testagem de carneiros, na descendência, amparada por uma central de testagem. Em 1972 foi inaugurada a central de Verdilly e a partir de então criado um stock de sémen congelado dos melhores carneiros aprovados, de acordo com um programa de melhoramento genético desenvolvido em colaboração com o Instituto Nacional de Pesquisa Agronómico (INRA).
A raça ovina Ile-de-France revelou grande facilidade de adaptação a diversos tipos de clima, maneio e alimentação, o que facultou a sua rápida difusão por diversos países a nível mundial.
FONTE: ACIF, ABCIF e UPRA

Para mais informações e a sua História em Portugal, consultar http://ile-de-france-portugal.com/ORIGEM-E-HIST-RIA